Esta é uma discussão que existe há muitos anos na Ortodontia. Já passamos por várias fases. Em algumas épocas, recomendava-se as extrações de maneira indiscriminada, levando alguns casos a resultados estéticos ruins. Em outras épocas as extrações eram repudiadas, e muitos casos passaram a ter resultados instáveis e também esteticamente ruins. O que fazer então?
É claro que não temos uma resposta que sirva para todos os casos! Existem casos onde a extração está indicada e outros onde não se deve extrair. Apenas por um diagnóstico correto, podemos indicar qual caso permite extrações.
Mas, dá para não extrair?
De alguns anos para cá, tem-se procurado alternativas para as extrações e o caminho encontrado foi o das ancoragens esqueléticas, ou seja, o uso de mini-implantes e mini-placas como apoio para as movimentações ortodônticas.
Desde o início do seu uso, tem-se conseguido realizar movimentações dentárias que antes seriam consideradas impossíveis, pois contávamos apenas com apoios nos dentes. Estes dentes de suporte também acabavam por se movimentar de uma maneira indesejada, complicando ou mesmo inviabilizando o tratamento.
Como exemplo, temos casos tratados onde todos os dentes de um arco foram levados para trás, apoiados em mini-implantes ou mini-placas, resolvendo situações que antes iriam exigir extrações, de uma maneira muito mais conservadora.
Outros exemplos de uso destes apoios rígidos são a modificação do crescimento exagerado da mandíbula em crianças, a expansão esquelética do arco superior de pacientes adultos (antes só possível com cirurgia) entre muitos outros. Realmente foi uma revolução na maneira de realizar tratamentos ortodônticos.
Então agora não se extrai mais?
Calma... não é bem assim. Em muitos casos a extração ainda é uma alternativa válida ou até a única alternativa possível, uma vez que nem todos os casos podem receber os mini-implantes ou mini-placas. As indicações devem ser muito bem feitas e as condições do paciente devem ser favoráveis.
As novas pesquisas apontam para um número cada vez maior de casos onde se pode evitar as extrações de dentes permanentes, mas ainda há um longo caminho pela frente e a eliminação total das extrações para o tratamento ortodôntico ainda é um sonho, mas quem sabe o que a ciência nos revelará a seguir?
Mas não se preocupe: continuaremos sempre estudando e trazendo as novidades para nossos pacientes!